No processo de pesquisa, escrevemos um texto escrito contando uma história. E esse trabalho também se encontra na prática do professor, porém com suas particularidades. Contar uma história coloca o professor na qualidade de autor, uma vez que seleciona leituras historiográficas e as usa para formar seu próprio texto, sua aula falada que se distancia das intenções do texto escrito lido porque tem outras motivações: suas indagações sobre a realidade que o cerca e sobre a necessidade de seus alunos, refletindo sobre que história contar e como contá-la.
Isto é o que o autor Ilmar Mattos chama de "Aula como texto". Os alunos são fundamentais, só com a participação deles temos propriamente a aula como texto pois nas palavras de Ilmar Mattos "é criação individual e coletiva a um só tempo". Por vezes, as pessoas se confundem com as funções de um professor(a) de História e um escritor(a) de História, o que acaba gerando uma inferiorização dos primeiros. Professores de História são historiadores que fazem História tanto quanto aqueles que escrevem. Também problematizam as fontes, dialogam com uma bibliografia teórico metodológica e analisam o ambiente escolar para compor suas aulas. Mas claro, tem diferenças.
A história que o professor faz tem a participação do aluno porque é feita para ele, então leitor. Para além dos questionamentos do professor, intervenções didáticas, avaliação e o comprometimento em formar cidadãos, terá as indagações do aluno com contribuições carregadas de tudo aquilo que constrói sua identidade e experiência de vida. Há interferências que podem mudar os rumos do planejamento do próprio professor ou mostrar sua eficácia. Intervenções dos alunos esperadas e inesperadas. Fazer história e ser historiador não começa no arquivo e termina na escrita, há outras maneiras de ser conceber e estar na sala de aula é uma delas.
Por Talita Almeida do Rosário
Graduada em Licenciatura- História
UFPA- Campus de Ananindeua.
REFERÊNCIAS
MATTOS, Ilmar Rohloff de. 'Mas não somente assim! " leitores, autores, aulas como texto e o ensino-aprendizagem em História. Tempo, v.11, n.21, p.5-16, 2006.
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